Comunicação Não Violenta é tema da 1ª palestra exclusivamente online da Casa Firjan

Diante da pandemia, Aquário foi transmitido pela internet

18/03/2020

Comunicação Não Violenta  é tema da 1ª palestra exclusivamente online da Casa Firjan Comunicação Não Violenta é tema da 1ª palestra exclusivamente online da Casa Firjan

A Casa Firjan apresentou, nesta terça-feira (17/03), em sua programação Aquário, a palestra “Comunicação Não-Violenta: Como criar relações saudáveis no trabalho e vida pessoal”. Em sintonia com os esforços mundiais no atual cenário de pandemia do coronavírus, a Casa Firjan optou por transmitir o conteúdo online, em vez de receber a plateia em seu auditório.



De acordo com a palestrante Juliana Royo, jornalista e ativista da autoescuta, o evento ao vivo é uma inovação diante da crise em que o mundo se encontra. “Estamos tendo que mudar hábitos e rotina, rever planejamentos e ter um olhar mais sistêmico. Tudo isso tem a ver com a Comunicação Não-Violenta (CNV), porque precisamos lidar com a nossa habilidade de respostas a mudanças e ao cuidado com o coletivo”, explicou.



Desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg e mundialmente reconhecida, a CNV é um processo de entendimento que facilita o diálogo por meio da observação e da empatia. Com isso, melhora comprovadamente o clima organizacional e ajuda na resolução de conflitos. A palestra tratou sobre as relações interpessoais e pontuou sobre a importância de aprofundar conexões e descobrir intenções, em vez de apenas “vencer” uma discussão.



Para Juliana, a CNV não existe sem uma visão sistêmica e passa pelo entendimento de que todos estão interligados. Ela explica que a CNV é uma nova linguagem que expressa uma visão de mundo não violenta. O processo envolve dois pilares: a escuta e a autenticidade. “A lógica da CNV é de ganha-ganha, de entender como cada um funciona”, disse Juliana, que também é designer para a Sustentabilidade pelo Gaia Education.



As pessoas, observou Juliana, costumam rotular as outras, criando guerras internas. E essa percepção depende do recorte social, inviabilizando uma boa comunicação. “Toda vez que reprimo ou silencio, estou gerando uma forma de violência até com nós mesmos. É preciso escutar as necessidades, o que queremos cuidar. Vivemos uma cultura do silenciar”, afirmou Juliana, que tem seu foco de atuação e pesquisa nas relações humanas e como elas se dão nos âmbitos interno, interpessoal e sistêmico.



CNV nas empresas
A CNV é, segundo ela, um novo paradigma inclusive em empresas. “Fazer uma CNV é responder à situação que se apresenta. Como eu me relaciono quando alguém quer me silenciar, me reprimir, quando querem que o trabalho seja mais importante que a saúde. Como lidar com isso e tentar me conectar com essas pessoas para se ter uma harmonia de quereres. Existe um sistema que está pressionando todos nós. Então temos que pensar a maneira de agir para que haja um ganha-ganha. Entender essas conexões e ter autoconhecimento ajudam a fortalecer a CNV”, explicou a pesquisadora ativa da Ecologia Profunda.



Vivemos dentro de sistemas de cultura, economia e política que, segundo Juliana, impactam a nossa leitura da vida. “Tudo que compreendemos no mundo impacta dentro de mim, entre nós e sistemicamente. A violência, às vezes, acontece com nós mesmos. Precisamos nos respeitar. Qualquer forma de obrigação é uma repressão”, explanou.