Em tempos de trabalho remoto, empresas redobram atenção com a cibersegurança

Tema foi abordado no Aquário, em transmissão online

01/04/2020

Em tempos de trabalho remoto, empresas redobram atenção com a cibersegurança Em tempos de trabalho remoto, empresas redobram atenção com a cibersegurança

As empresas vêm aderindo cada vez mais ao home office, por conta da pandemia do novo coronovírus. Com isso, cresce a preocupação com a cibersegurança. Quais os principais riscos e medidas de precaução necessários? Esse foi o tema de palestra transmitida online, nesta terça-feira (31/03), pela Casa Firjan. Foi o terceiro encontro Aquário dedicado à pandemia e seus impactos, todos realizados de forma remota, transmitidos ao vivo e sem plateia física. Assista na íntegra:



De acordo com Augusto Schmoisman, CEO e fundador da Citadel-Brasil, a atenção à cibersegurança tem sido redobrada. “Estamos trabalhando dobrado. Diante desse cenário, os ataques se potencializam. Muitas empresas estão com medo. É hora de montar uma estratégia de enfrentamento. Isso será útil mesmo após a crise, já que a cibersegurança é um dos fatores cruciais para garantir a continuidade dos negócios de todas as organizações”, argumentou ele, que também é responsável pela Citadel na América Latina.



Para reduzir riscos, segundo Schmoisman, a educação é um aspecto fundamental. Ele destaca que as empresas devem usar esse momento para procurar entender melhor como funciona a deep web e toda a dinâmica de ataques. “Crises também são oportunidades de aprendizagem. É hora de tomar medidas sérias e de difundir informação sobre o assunto. As pequenas e médias empresas terão que estruturar novos arranjos tecnológicos para atravessar esse problema”, frisou. 



Ladmir Carvalho, CEO e diretor executivo da Alterdata, empresa brasileira de desenvolvimento de software de gestão empresarial, conta que a organização já tinha uma boa infraestrutura de segurança para trabalho remoto, mas o curto espaço de tempo de adaptação imposto pelo coronavírus pegou todos de surpresa. “Nossa preocupação não foi apenas com nossos dados, mas com os de nossos clientes. Atendemos especialmente pequenas e médias empresas, mas que geram um grande volume de tráfego de informações. Tivemos que habilitar métodos diferentes de trabalho para conseguirmos um ambiente estável. Foi um plano de guerra para criar estruturas de blindagem”, explicou. 



Mudança cultural 

Carvalho destacou o reforço na utilização de antivírus, firewall e backup na nuvem, além da capacitação dos profissionais. “É importante ter equipes específicas de segurança e infraestrutura e que ambas dialoguem”, disse. A Alterdata contratou ainda uma empresa de seguros e montou uma apólice específica para perdas por segurança cibernética. O seguro já está sendo comercializado.



Além da utilização de firewall e antivírus, Nycholas Szucko, diretor de Cybersecurity para o Sul da América Latina na Microsoft, chamou atenção para o cuidado na hora de clicar em qualquer conteúdo que chegue via e-mail ou redes sociais. “O básico tem que ser feito da melhor forma possível. Softwares de proteção instalados e conteúdos confidenciais criptografados são estratégias essenciais que merecem reforço. É indispensável também o uso do MFA (autenticação multifator do Azure) para garantir a segurança no acesso a dados e aplicativos”, afirmou. Szucko ressaltou ainda que o grande desafio diante do cenário de urgência é fazer com que o pequeno empresário passe a compreender como funcionam as tecnologias de segurança e quais as precauções ele deve tomar.



Flávio Campos, CIO da Naturgy Brasil, concordou. “Estamos diante de uma mudança que será cultural. O mindset de segurança nas empresas já está mudando com essa crise; as pessoas já começam a entender como essa é uma questão que impacta significativamente o futuro dos negócios”.