Summit + Festival: metaverso e pele interativa rompem conceitos vigentes

Terceiro dia de evento debateu experiências imersivas para o universo virtual do metaverso

27/11/2020

 Summit + Festival: metaverso e pele interativa rompem conceitos vigentes  Summit + Festival: metaverso e pele interativa rompem conceitos vigentes

A pele como plataforma de interação; experiências imersivas para o universo virtual do metaverso; e a tecnologia como extensão do corpo humano são alguns dos temas apresentados no Summit Firjan IEL + Festival Futuros Possíveis 2020, em 26/11, na discussão sobre se “A tecnologia replicará, incrementará e/ou romperá com a vida como conhecemos?”   



Nesses novos tempos, a pele não é mais só a proteção do corpo, ela pode ser usada também como organismo interativo, com o uso de maquiagem condutiva ou da biotecnologia, como explica Katia Vega, professora assistente do Departamento de Design da Universidade da Califórnia.   



No primeiro cenário, com a utilização de maquiagem, cílios falsos permitem que uma piscada acenda uma luz, ou um cabelo condutivo conectado a sensores pode, com um simples toque, enviar um pedido de socorro para a polícia, caso esteja em perigo. Já o segundo conceito, da biotecnologia, usa biosensores, material que muda de cor, como se fosse uma tinta dentro da pele, através de tatuagens. Neste caso, os biosensores podem dar informações sobre o metabolismo de uma pessoa, indicando, através do PH, se ela está com alguma infecção. Podem ainda detectar se o diabético necessita ou não de mais insulina, dependendo apenas da cor da tatuagem. “O metabolismo muda e revela informações que só um exame de sangue, por exemplo, daria”, ressalta a professora peruana.   



Partindo para a experiência digital, Thiago Toshio, produtor de Conteúdo Imersivo na GoVision, destaca um conceito que acontece em paralelo com a vida real. Trata-se do metaverso, um tema que veio da ficção, como os avatares. Segundo ele, é um espaço digital consistente e compartilhado, que significa além do universo. “As tecnologias que a gente vê fortalecem esse conceito. Agora todas elas passam a ser integradas. No caso da imersão com óculos de realidade virtual, a pessoa é teletransportada para um universo sintético, onde simula as experiências já com movimentos. E os óculos de realidade aumentada trazem o universo virtual até você”, esclarece. Ele acrescenta que o mundo do jeito que conhecemos será, sim, replicado.     



Para André Magnelli, idealizador, realizador e diretor do Ateliê de Humanidades, a tecnologia pode ser pensada como uma extensão do nosso corpo. Segundo ele, o mais provável em relação a futuros plausíveis é radicalizar essa extensão do corpo humano numa nova fase, onde as capacidades psíquicas estarão cada vez mais acopladas em dispositivos tecnológicos e inteligências artificiais.    



Magnelli ressalta questões ambivalentes como o maior problema ético a ser discutido nos futuros possíveis. “O ser humano vai avançar sempre nessa ambivalência ao longo do século, entre as potencialidades existentes de liberdade, interações, ampliação da experiência, criações, inovações, mas também vai ter que lidar com ameaças de descontrole tecnológico e uso humano para dominação e exploração de outros seres humanos e seres vivos”, avalia.