Reputação corporativa cresce no Brasil com a pandemia do coronavírus

Tema foi discutido por especialistas no Aquário Casa Firjan

07/05/2020

Reputação corporativa cresce no Brasil com a pandemia do coronavírus Reputação corporativa cresce no Brasil com a pandemia do coronavírus

A reputação corporativa no Brasil cresceu entre janeiro e abril deste ano, após a eclosão do coronavírus. O aumento foi impulsionado por empresas cujo posicionamento ativo em reação à pandemia foi lembrado pela população. A análise é de pesquisa elaborada pela RepTrack Company, apresentada durante o Aquário Casa Firjan “Covid-19: Reputação corporativa e o poder de adaptação das empresas”, transmitida nesta terça-feira (05).


O estudo, que levou em consideração cerca de 1.500 avaliações feitas ao redor do país e mais de 100 empresas, mostra que as organizações que adotaram iniciativas de resposta ao cenário de crise geraram uma vantagem reputacional de 10,2 pontos, no indicador de grau de confiança utilizado pela RepTrack Company.  

Governança e ética

“Nesse contexto de crise, encontramos uma sociedade confiando, respeitando e admirando mais as empresas do Brasil. É uma oportunidade singular para o mercado corporativo se reinventar e ressignificar sua trajetória. Isso traz também grande responsabilidade, pois mostra que as pessoas estão contando com as empresas para serem parte ativa na resolução dessa crise”, destacou Marcus Dias, vice-presidente e líder de mercado no Brasil da The RepTrack Company. Ele acrescentou que o momento também é propício para a formação de parcerias e interações entre as organizações e outros atores, como profissionais de saúde e cientistas. 


A pesquisa revelou que iniciativas de investimento em saúde e proteção de renda dos colaboradores em meio à pandemia tiveram melhor efeito reputacional. Outro achado relevante aponta que o drive governança e ética se tornou o principal no país em abril, entre os sete mais importantes relativos à reputação. Na segunda posição, aparece o drive produtos e serviços, seguido de cidadania. 


“As empresas têm que provar que são éticas e transparentes na condução de seus negócios; seguir entregando seus produtos de forma organizada; e exercitar a sua cidadania através de projetos sociais relevantes”, pontuou Dias. 

Proteção de colaboradores, comunidades e hospitais

Para Solange Carvalho, diretora administrativa e proprietária da Pion G, especializada na fabricação de EPIs e sediada em Valença (Sul Fluminense), a pandemia foi uma oportunidade para as empresas adotarem posturas diferentes diante da sociedade. “O lucro é importante, mas acima disso tudo está a proteção às nossas comunidades locais, aos nossos hospitais e pessoas”.


A empresa criou um plano de ação para continuar fornecendo seus EPIs e garantir a saúde de seus funcionários. Com diversos fornecedores de portas fechadas, a Pion G buscou parceiros improváveis para atender a alta demanda, que cresceu em 300%. Fábricas de terno e lingeries hoje ajudam a empresa a produzir aventais para profissionais de saúde. 



“É hora de o empresariado brasileiro se conectar com a sociedade e com seus colaboradores, mostrando que as organizações são capazes, criativas em suas soluções e acolhedoras. Estamos abrindo novas frentes de trabalho, e são essas iniciativas que irão fazer a diferença”, frisou Solange. 


O Grupo Mantiqueira, produtor de ovos, também respondeu de forma rápida à pandemia, preservando os funcionários que estavam no grupo de risco. Além disso, implementou uma série de medidas de limpeza, como a desinfecção nos ônibus de trabalho e a distribuição de kits com produtos de higiene para os colaboradores. “A primeira coisa que pensamos foi no time. Nada era mais importante do que cuidar das pessoas”, ressaltou Leandro Pinto, CEO do Grupo.

 

Depois de garantir a saúde dos colaboradores, a empresa cuidou da comunidade e doou, junto com parceiros, mais de um milhão de ovos para as famílias mais vulneráveis. “Essas ações vão criando um ecossistema de coisas boas dentro da empresa e conquistando a confiança e a admiração das pessoas. Queremos ser lembrados pelas nossas iniciativas quando a pandemia acabar”, afirmou.