Diálogos de adaptabilidade apresenta ecossistemas digitais de sucesso na pandemia

Cultura da adaptabilidade já está no mindset de parte da indústria fluminense

09/11/2020

Diálogos de adaptabilidade apresenta ecossistemas digitais de sucesso na pandemia  Diálogos de adaptabilidade apresenta ecossistemas digitais de sucesso na pandemia

A organização social que instala energia solar na favela; a rede universitária que criou um fundo para microempreendedores de periferias do Rio de Janeiro; a empresa do mercado de pagamentos que lançou uma plataforma para dar suporte profissional e inclusão financeira a microempresário. As iniciativas, no contexto de tendências apontadas pela pesquisa de adaptabilidade da indústria fluminense, da Firjan, são exemplos de soluções sustentáveis e campanhas de tecnologia que têm apoiado negócios durante a pandemia.



No segundo encontro da série “Diálogos de adaptabilidade – Ecossistema digital: ferramentas digitais para alavancar empreendimentos no contexto da Covid-19”, em 05/11, Joana Siqueira, coordenadora de Pesquisas Institucionais da Firjan, apresentou os resultados dos dois blocos da pesquisa com foco na cultura de adaptabilidade da indústria fluminense e nas adaptações realizadas durante a pandemia, bem como quais delas configuram tendências para os próximos anos. O evento teve mediação de Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan.



Na pesquisa foram ouvidas 324 empresas do estado do Rio de Janeiro, dos setores da Indústria de Transformação e Construção Civil. Entre os resultados, 66% têm mindset inovador (buscam novos mercados, novos produtos, novos insumos e/ou novas parcerias); e nove em cada 10 indústrias realizaram mudanças em sua atuação durante a pandemia. Dentre as mudanças realizadas, uma em cada quatro indústrias iniciaram vendas por canais digitais, o que mostra a aceleração da transformação digital trazida pela pandemia.



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“A pesquisa mostrou que a cultura da adaptabilidade já está no mindset de parte da indústria fluminense e que é essencial nos tempos atuais. As histórias desse encontro reforçam a importância da adaptabilidade e, também, das redes e dos ecossistemas digitais, que serão cada vez mais exigidos no pós-Covid”, atesta Joana Siqueira.



Para Augusto Lins, presidente da Stone, empresa do mercado de pagamentos, a democratização dos serviços financeiros é uma das iniciativas mais potentes de apoio aos pequenos empresários e de enfrentamento à crise. Durante a pandemia, a Stone promoveu um conjunto de ações de apoio ao empreendedor, que inclui vouchers para bares e restaurantes, criação de linhas de microcrédito, disponibilização de fundos de R$ 100 milhões e a criação das plataformas: cuidedopequenonegocio.com.br e comprelocal.stone.com.br.



“Quem vai mudar o Brasil é o empreendedor e estamos cientes desse potencial. Ele é o que mais investe, vende e cresce. Nossa missão é a do seu letramento digital, de empoderar o seu estabelecimento, ensiná-lo a usar ferramentas de tecnologia e gerenciar a iniciativa”, justifica.



Segundo Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar, a Região Metropolitana do Rio é uma das áreas mais economicamente vantajosas do país, para instalações de energia solar e onde o retorno do investimento se paga mais rapidamente: na economia da conta de luz. De olho nesse mercado em crescimento exponencial, a Revolusolar, organização social que atua pelo desenvolvimento sustentável em comunidades, promove instalações solares na Favela da Babilônia, desde 2015. Fruto da junção de experiências de lideranças comunitárias e empreendedores sociais, a organização capacita profissionalmente os moradores e acaba de criar a primeira cooperativa de energia solar em favelas do Brasil.



“O contexto econômico é o mais favorável para a iniciativa, porque a energia convencional está cada vez mais cara. Nossas ações tomaram força na pandemia, graças a financiamentos coletivos e parcerias com o uso das ferramentas digitais”, afirma ele.



Rede que incentiva nanoempreendedores em periferias, a ManaMano capta recursos e oferece apoio a moradores de comunidades do Rio de Janeiro. Assim foi criado um fundo para transformação social, que une o conhecimento que a universidade oferece com a necessidade de produção cultural, social, ambiental e de bem-estar para a comunidade.



“A UFRJ está dando atenção especial à inovação social. Dentro dessa política, surgiram encontros mapeando ações e negócios de periferia e vieram as parcerias. Na pandemia, vimos que precisávamos apoiar esses inovadores, as redes de empreendedorismo, a terem acesso à tecnologia. O fundo foi criado com esse intuito”, explica Rita Afonso, professora da Faculdade de Administração da UFRJ e representante da ManaMano.